Existem relatos a mais de 5500 anos sobre essa doença. Os egípcios, no papiro de Smith, aborda o fato de indivíduos com ferimentos no crânio terem crises convulsivas. Mas essas crises, durante a história, foram sempre concedidas a algo sobrenatural ( em geral associada a possessão demoníaca). Por volta de 400 a.C. Hipócrates,o “Pai da medicina”, afirmou que a epilepsia estava associada ao cérebro e não a efeitos sobrenaturais. A partir dai novas pesquisas buscam mais e mais conhecer sobre essa doença.
Primeiramente deve-se diferenciar crise epiléptica de epilepsia. A crise epiléptica é uma alteração cerebral causada por uma descarga excessiva e sincrônica de um grupo de neurônio, sendo esta manifestação muito variável. Quando a sintomatologia é motora ela é dita convulsiva. A epilepsia é a condição de crises epilépticas recorrentes causadas por uma anomalia cerebral, que pode resultar de inúmeras etiologias (mais de 40 conhecidas). A localização do sinal determina como será a crise. Descargas focais causam crises parciais e descargas difusas causam crises generalizadas. De todas as crises a mais conhecida é a tônica-clônica, em que o paciente perde a consciência e cai rígido, com as extremidades do corpo tremendo e se contraindo.
As causas da crise epilética são muito variadas, mas mutação de genes codificantes de proteínas das subunidades dos receptores de membrana, lesões traumáticas e a simples tendência são as causas mais comuns para o aparecimento desta.
Vários receptores iônicos foram associados ao aparecimento de epilepsia, dentre eles a mutação no gene codificantes do canal de sódio faz com que ele fique aberto por muito tempo, gerando uma hiperestimulação. Com isso há uma liberação excessiva de glutamato, um neurotransmissor excitatório, e uma união com receptores glutaminérgicos em grande quantidade, o que leva a uma liberação anormal de Ca2+ no neurônio pós-sináptico. Mutações que levam a baixa produção ou ineficiência do GABA (ácido gama-aminobutírico), neurotransmissor inibitório, auxiliam também na maior excitabilidade das células neuronais. Com isso há descargas excessivas, súbitas e recorrentes no córtex cerebral.
O mecanismo para ocorrência da epilepsia é o seguinte:
Um insulto inicial, quando ocorre a ativação de canais iônicos e receptores de membrana, gera uma cascata de reações que resulta no acúmulo de glutamato e a elevação dos níveis intracelulares de cálcio, que modifica a expressão gênica e a síntese protéica. A partir dai ocorre a morte neural, necrose e apoptose, conjuntamente a um processo inflamatório, a neurogênese e a reorganização simpática. Após um período latente variável, crises espontâneas e recorrentes começam a ocorrer, o que caracteriza a epilepsia crônica.
Cientistas acreditam que existe uma relação intima entre epileptogênese e plasticidade neuronal, pois ambos dependem da ativação de receptores do tipo NMDA para a sua indução de receptores AMPA para sua manutenção e síntese de proteínas específicas para a sua fixação a longo prazo. Acredita-se que a epileptogenese corresponde a uma exarcebação anômala dos mecanismos da neuroplastia. Com isso é possível compreender a relação entre a alta capacidade de processamento cerebral e o surgimento de epilepsia. O córtex cerebral e o hipocampo, que são relacionados a memória e o aprendizado costumam ser mais suscetíveis a epileptogênese, o que comprova que existe realmente uma relação entre a plasticidade e o desenvolvimento de epileptogênese.
Existem vários tratamentos para a epilepsia, sendo que eles tem o objetivo de diminuir/ amenizar ou eliminar a ocorrência de crises epilépticas. Dentre eles se tem:
Anticonvulsivante- monoterapia/politerapia.
Cirúrgico- Quando medicamentos não funcionam e quando é focal. Motivos mais comuns: tumores e mal formações arteriovenosas.
Estimulação do nervo vago- Estímulos em intervalos e com intensidade definidos
Dieta cetogênica- É uma dieta com baixa ingestão de carboidratos e alta de lipídeos e proteínas que é usada no tratamento de crianças epilépticas com dificuldade de tratamento. Essa dieta mimetiza a situação de jejum prolongado, fazendo com que haja uma produção de corpos cetônicos, que tem uma ação antiepiléptica. Não se sabe o mecanismo exato do funcionamento da dieta cetogênica, mas existem teorias que tentam explicar tal processo.
1- aumento da estabilidade neuronal e aumento dos níveis de GABA nos terminais nervosos;
2- a acidose gerada pelos corpos cetô nicos altera o “threshold” da convulsão (estimulo mínimo p/ que haja o efeito);
3- variação na fluidez e balanço eletrolítico;
4- variação na concentração de lipídeos;
Referencias Bibliográficas:
http://en.wikipedia.org/wiki/Epilepsy
http://www.epilepsy.com/
Postado Por:
Thiago Henrique de Moraes Modesto e
Lais Mitsue Tanaka Gonçalves
terça-feira, 30 de junho de 2009
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ResponderExcluirOla!
ResponderExcluirPor favor, gostaria de obter maiores esclarecimentos, sobre a dieta cetogenica.
Pois sou tenho eplepisia, e os medicamentos nao resolvem o problema.
Atenciosamente
Maria Aparecida R Figueredo
Procure vídeos no YouTube do Danilo França. É um fisiculturista que faz e divulga essa dieta. Comecei a fazer seguindo as orientações dele. Ele dá até lista de compras específica para essa dieta.
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