quinta-feira, 2 de julho de 2009

Depressão




Brincadeiras a parte, a depressão é um transtorno do humor que afeta uma parcela significativa da população: cerca de 5% da população mundial é afetada todos os anos, afetando duas vezes mais mulheres que homens.
Caracterizada pela incapacidade de se sentir prazer e por um desinteresse generalizado pelo mundo,sintomas que devem se apresentar repetidamente por no mínimo duas semanas e não devem estar associados a perdas (luto) e que podem estar associados a outros sintomas como distúrbios alimentares (perda ou aumento de apetite), distúrbios de sono (insônia ou sono em excesso), sentimentos de inutilidade e culpa, dificuldade de concentração, pensamentos recorrentes acerca da morte.

A depressão é um transtorno preocupante, ainda mais quando analisados seus índices de recorrência: se tratada, até 50% dos pacientes podem apresentar um outro episódio de depressão; se não tratada, esse número chega a 70%. É um dos principais motivos de suicídio.

No que se refere à sua relação com os neurotransmissores, a hipótese monoaminérgica explica que a depressão é causada por baixos níveis de serotonina e noradrenalina. A elaboração dessa hipótese foi feita a partir de observação. No século XIX, a administração de medicamentos que continham a substância reserpina para pacientes com hipertenção gerou quadros de depressão em cerca de 15% deles. Descobriu-se, então, que a reserpina é uma substância que impede o armazenamento da serotonina e da noradrenalina nas vesículas sinápticas após sua recaptação; dessa forma, esses neurotransmissores permanecem no citoplasma, onde são degradados pela enzima MAO (monoaminoxidase).

Posteriormente, o uso de medicamentos para tuberculose que continham a substância isoniazid melhorou o humor depressivo de vários pacientes com esse transtorno. O isoniazid inibe a ação da monoaminoxidase, aumentando as concentrações de serotonina e de noradrenalina.


Além dessas substâncias, a descoberta de tricíclicos - substâncias que bloqueiam a recaptação de noradrenalina e serotonina pelos neurônios pré-sinápticos, permitindo que sua ação sobre a fenda sináptica seja prolongada - e de inibidores seletivos da recaptação de serotonina como eficientes antidepressivos fortaleceu essa teoria.

Essa teoria, contudo, apresenta uma falha: ela não explica por que existe uma demora na resposta clínica quando da administração de tais antidepressivos se a ação deles no bloqueio da recaptação dos neurotransmissores ou na inibição da MAO é imediato.

O tratamento da depresão é feito com antidepressivos - classificados em monoaminoxidase inibitores, tricíclicos ou inibidores seletivos da recaptação de serotonina, como descrito anteriormente - ou ainda com eletroconvulsoterapia. Essa última, método muito antigo, consiste na aplicação de descargas elétricas na região do hipocampo, o que irá estimular a produção e a sensiilização de receptores de serotonina.
Referências Bibliográficas:

Bear, Mark F., Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 3ª edição, 2008.
Postado por: Carolina da Silveira Alves

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