Nessa classe de neurotransmissores encontram-se a norepinefrina (maioria das fibras simpáticas pós-ganglionares e certos locais do Sistema Nervoso Central), a dopamina (predominantemente no Sistema Nervoso Central) e a epinefrina (principal hormônio da medula supra-renal).
A síntese desses neurotransmissores se dá a partir de um precursor comum, a tirosina, que é transportada ativamente para o citoplasma neuronal (axoplasma), sendo hidroxilada a dopa, por ação da enzima tirosina hidroxilase. A seguir, a dopa é descarboxilada a dopamina (enzima descarboxilase dos ácidos L-amino aromáticos). Cerca de 50% da dopamina formada no axoplasma é transportada de modo ativo para vesículas de armazenamento que contém a enzima dopamina-beta-hidroxilase, a qual promoverá sua conversão em norepinefrina. O restante da dopamina, que não sofreu captação pelas vesículas, é desaminado em ácido 3,4 – diidroxifenilacético e então O-metilado a ácido homovanílico.
Na medula supra-renal, encontram-se células contendo vesículas com norepinefrina, bem como células em que as vesículas contêm epinefrina. Esse último conjunto de células possui a enzima feniletanolamina-N-metiltransferase, a qual converte em epinefrina, por metilação, a norepinefrina formada nos grânulos (que deixou estas estruturas em direção ao citoplasma). A epinefrina formada direciona-se aos grânulos cromafínicos (maiores e centrais), através de gradientes de pH e potencial, para ser armazenada até sua liberação. A liberação do conteúdo dos grânulos ocorre por exocitose, induzida pela entrada de íons cálcio na célula, provenientes do impulso nervoso, da interação da acetilcolina liberada pelas fibras pré-ganglionares com seus receptores nicotínicos (ionotrópicos).
A interrupção das ações das catecolaminas, em especial norepinefrina e epinefrina, pode ocorrer por recaptação pelas terminações nervosas (neurônio pré-sináptico), por diluição através da difusão para fora da fenda sináptica e captação em locais extraneuronais, bem como por transformação metabólica. As principais enzimas que participam da transformação metabólica são a monoaminoxidase (MAO) e a catecol-O-metiltransferase (COMT), que se encontram em concentrações mais elevadas no fígado e nos rins, estando a primeira associada principalmente à superfície externa das mitocôndrias e a segunda ao citoplasma. Dessa forma, a maior parte da norepinefrina e epinefrina que entram na circulação, para interrupção da ação, é metilada pela COMT em normetanefrina ou metanefrina, respectivamente. Já a norepinefrina liberada no interior dos neurônios, o que pode ocorrer devido à ação até de certos fármacos como a reserpina, é inicialmente desaminada pela MAO em 3,4-diidroxifenilglicolaldeído, entrando em uma via que culmina com a formação do ácido 3-metoxi-4-hidroximandélico, também produzido pela via iniciada através da COMT, que é o principal metabólito das catecolaminas excretado na urina. A dopamina, que não possui grupamentos hidroxila na cadeia lateral, apresenta um metabólito correspondente, o ácido homovanílico.
Referências Bibliográficas:
Goodman, L. S. & Gilman, A. As bases farmacológicas da terapêutica. 9a edição, 1996.
http://www.uftm.edu.br/instpub/fmtm/nutrologia/catecolaminas.htm
http://www.cerebromente.org.br/n12/fundamentos/neurotransmissores/nerves_p.html
Postado por Cecília Ramos Fideles.
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