terça-feira, 19 de maio de 2009

Projeto

Olá! Bem vindo ao nosso blog!

Como primeiro texto, achamos que seria interessante postar o projeto que enviamos aos monitores de bioquímica e biofísica, com o objetivo de apresentar os assuntos que serão abordados pelo grupo durante o trabalho:

Projeto - Neurotransmissores - 1/2009

"O corpo humano é uma máquina muito complexa e seu funcionamento pleno depende da total integridade estrutural e funcional dos sistemas e das células. Cada parte integrante do organismo complexo exerce uma função para manutenção da homeostase, condição necessária à vida. Quando essa comparação entre corpo e máquina é feita, é inevitável fazer uma analogia entre o operador da máquina e o nosso sistema nervoso, observando que ambos desempenham o papel de centro de comando.
Para que esse comando seja efetivo, é necessário que haja comunicação eficaz entre o operador e a parte responsável por realizar a ação. Assim, a comunicação eficaz entre as células nervosas, os neurônios, bem como a comunicação entre elas e células não neuronais ou efetuadoras, como células musculares (esqueléticas, cardíacas ou lisas) e células secretoras (em glândulas salivares, por exemplo), é de extrema importância para a vida do ser humano, seja em termos biológicos e funcionais, seja relacionada à sua saúde psicossocial ou ao seu desenvolvimento comportamental. Nesse contexto, os neurotransmissores, agentes de destaque nesse processo de comunicação, atuam de formas variadas e especializadas para promover os fenômenos necessários à transmissão de um comando através das sinapses.
Neurotransmissores são substâncias químicas produzidas pelos neurônios e armazenadas em vesículas (vesículas sinápticas) na região pré-sináptica da célula. Quando esta é estimulada por um impulso nervoso, há liberação de neurotransmissores, a partir da interpretação e conversão dessa mensagem elétrica em mensagem expressa por um composto químico – o neurotransmissor correspondente -, que atravessa a fenda sináptica e atinge o elemento pós-sináptico (representado por outro neurônio ou célula efetuadora), estimulando-o ou inibindo-o, gerando efeitos os mais variados sobre os fenômenos sistêmicos internos e influenciando diretamente o comportamento no meio externo.
É o funcionamento desse mecanismo de transmissão de informações, por meio de neurotransmissores, que o grupo pretende analisar. Nesse sentido, o trabalho procura abranger detalhadamente os processos que envolvem o ciclo no qual os neurotransmissores se encontram envolvidos, desde sua produção (com a participação do Corpúsculo de Nissel), contemplando o transporte das vesículas até a fenda sináptica (o qual envolve o trabalho de microtúbulos específicos) e sua liberação, conseqüente de um potencial de ação. A ativação do neurônio pós-sináptico através da interpretação da mensagem química dos neurotrasmissores (fenômeno do qual participam os canais iônicos neuronais) também será assunto abordado pelo grupo.
Esta abordagem terá como objetivo apresentar os dois principais tipos de neuro- transmissores, os excitatórios e os inibidores, citando ácido glutâmico, como exemplo de excitatório, e acido gama-aminobutírico (gaba), como exemplo de inibidor.
O grupo pretende abordar a capacidade de adaptação neuronal, a nível inclusive estrutural, que se pode observar em casos de alterações na quantidade de neurotransmissores participantes de determinado processo, como no caso de usuários de drogas.
Também pretende-se analisar a relação entre os neurotransmissores e a ocorrência de determinadas doenças no organismo. Por exemplo, teores aumentados de dopaminas podem estar relacionados à esquizofrenia, enquanto a diminuição é comum nos casos de mal de Parkinson. Também o desequilíbrio de neurotransmissores associados à sensação de prazer e conforto é um dos fatores que originam quadros de transtornos depressivos.
Seguindo a mesma linha, o grupo irá abordar os efeitos que certas substâncias químicas provocam no organismo ao afetarem o ciclo ou a ação de neurotransmissores e a possível utilização de algumas dessas substâncias como medicamentos. Como exemplo, podem-se citar as anfetaminas, substâncias que agem estimulando o sistema nervoso central através de uma intensificação da produção de noradrenalina, provocando perda de apetite, insônia e mesmo um maior poder de concentração. Inclusive, essa substância já foi clinicamente utilizada para tratar depressão, mal de Parkinson e narcolepsia. Também iremos abordar outras doenças cujos tratamentos dependem do uso de substâncias que afetam o ciclo dos neurotransmissores, como o mal de Alzheimer. Pretendemos atentar para a atuação de neurotransmissores como biomarcadores, que estão associados à alterações químicas em doenças, indicando em exames de urina, de sangue ou até de líquido cefalorraquidiano certas deficiências - a exemplo da depressão associada à níveis baixos de serotonina e dopamina - de modo que a periodicidade desses exames ajuda a selecionar e monitorar a efetividade do tratamento."


Além dos tópicos citados no projeto, procuraremos atualizar sempre nosso blog com curiosidades e artigos sobre as novidades científicas desenvolvidas na área.
Até a próxima!

Postado por Grupo do Painel de Neurotransmissores 1/2009